Programa de estudo dos elementos da música
Apresentação
Experiências musicais do último século, em especial nas suas manifestações mais radicais, deixou para quem faz, ouve ou reflete sobre a música, indagações profundas sobre o próprio conceito de música e seu papel na sociedade. Visando encontrar pontos de apoio que permitam lidar de modo mais consciente e efetivo com esta questão, este programa de estudo investigará de modo fenomenológico os elementos fundamentais da experiência musical na relação indissociável que esta tem com o ser humano. Entende-se que um estudo nesta direção, poderá fornecer bases mais sólidas para um fazer musical revigorado e ressignificado nos âmbitos artístico, pedagógico e terapêutico.
Atualmente este programa oferece dois módulos temáticos de estudo. Embora cada um dos módulos possa ser realizado de forma independente, recomenda-se começar pelo primeiro para a familiarização com alguns conceitos básicos desta abordagem e melhor aproveitamento dos conteúdos. Conheça abaixo a proposta geral de cada um dos módulos e siga pelos links para uma visão detalhada de cada um deles:
1 – Música como manifestação e escuta de forças tonais e temporais
Neste módulo iremos investigar o fenômeno musical tendo como guia a audição, especialmente atentando à escuta das forças que se manifestam nas relações entre os tons e nas estruturas temporais da música. Como ponto de partida trabalharemos a diferença fundamental daquilo que chamamos “escuta sonora (ou acústica)” e “escuta musical”. Entende-se que esta distinção, um fato audivelmente observável embora muitas vezes negligenciado, abre o caminho caminho para uma real e profunda compreensão do fenômeno musical e seu significado para o ser humano. Este estudo visa também apresentar os principais pontos de vista encontrados na obra de Victor Zuckerkandl, talvez o maior fenomenólogo da música do Sec. XX.
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2 – Sistemas de afinação & Formação de escalas
Este estudo irá explorar os fundamentos que regem a organização dos tons que usamos para fazer música. Parte-se da premissa de que tons são entes relacionais, ou seja, encontram sua definição na relação que estabelecem uns para com os outros. Existem portanto (de forma análoga aos números), somente dentro de um sistema organizado e auto sustentado. Iremos conhecer, escutar e destrinchar matematicamente diversos sistemas, que serviram de referência para a afinação tanto vocal quanto instrumental em diversas períodos históricos e culturais. Num sentido mais profundo buscaremos compreender que significado as sutis variações de afinação podem ter para a percepção, estado anímico e o fazer musical de modo geral. Para este estudo, nos apoiaremos nos trabalhos de Heiner Ruland, Alain Daniélou e Hermann Pfrogner, entre outros.
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A quem se destina
A profissionais e estudantes da área musical que queiram aprofundar sua vivência e compreensão sobre a música.
Espera-se do participante:
• Um grau razoável de compressão dos termos técnicos musicais bem como de escrita musical.
• Acesso e familiaridade com o ambiente digital.
• Interesse pelos aspectos sutis, teóricos e filosóficos da música.
• Disposição para a leitura, para o debate e para usar seu potencial criativo como caminho de aprendizado.